sábado, 16 de fevereiro de 2013

Teresina, PI. em 09 de Novembro de 2012

As memórias já se dissiparam, até outro dia eu andei angustiada. Descobri que o peso da culpa é medido em arrobas. Meu despertador demorou a tocar mais uma vez, e agora que eu acordei, não sei se as coisas estão tão claras assim.

Teresina, PI. em 26 de outubro de 2012

Hoje eu acordei com aquele mal estar comum aos que não dormiram bem, o diferente era a náusea, semelhante a que sinto depois das bebedeiras, com flashes dos acontecimentos da noite passada, seguidos de um frio na barriga, a falta de fome seguida da falta de vontade de comer me enfraquecia mais ainda. Tudo isso e nenhuma gota de álcool eu havia ingerido, e não, nenhuma outra droga (já faz um ano que parei de fumar e mais de dois que parei com outras drogas). Essa sensação eu já conhecia, e é o que chamo de ressaca moral. O que mais Aperta meu coração é não poder ligar para o Tavinho e falar sobre tudo que houve ontem, contar cada detalhe, pedir conselhos como eu sempre faço com ele, como fazem os melhores amigos. Não posso porque afinal, foi com ele que passei a noite de ontem. Teria eu me precipitado? Ou foi ele? Fato é que parecíamos dois animais querendo se aquecer usando o corpo e o calor do outro, naquela noite tão fria que ficou quente, tão longa que passou voando, e tão reconfortante que me deixa angustiada. Tudo isso misturado causou um turbilhão de pensamentos confusos na minha cabeça, mas me fez perceber que estava tudo sempre tão claro.

Pra entender do que eu falo..

Preciso que sua mente se abra para os mais amplos sentidos que possa ter a palavra "despertar". Assim compreenderá que nessa história o despertador ao qual me referirei pode ser um relógio com um dispositivo para soar em hora determinada, ou um "estalar de dedos", um clarear de idéias na cabeça das personagens. Essa é a historia sobre a vida de A.R. Silva e está sendo escrita em tempo real.